Cintilando e Causando Frisson Misericórdia
Rua da Misericórdia | Rua Direita indo de S. José para a Misericórdia | Rua que vai de São José para a Misericórdia | Direita vindo de S. Bento para a Misericórdia | Rua Direita para a Praia | Rua para a Igreja do Bom Sucesso |
C. 210 m antes do Largo da Misericórdia e t. Largo da Misericórdia
Originalmente chegava até a Praça XV; depois, até a Igreja de São José.
Este logradouro foi objeto de uma crônica de João do Rio – Visões d’ Ópio, publicada em livro no A Alma encantadora das Ruas, em 1908.
Ali, segundo o texto, “há de tudo – vícios, horrores, gente de variados matizes,…, anarquistas espanhois, ciganos debochados.”
Com muitas casas de cômodo, hospedarias e botequins, além dos chineses fumadores de ópio, dos “larápios, de lenço no pescoço e andar gingante”, dos acadêmicos de medicina da Santa Casa a povoar os botequins, das prostitutas, dos trabalhadores de baixa renda, há indícios da presença de pederastas. – Ver o anúncio da reclamação da população sobre ajuntamentos imorais em torno de um mictório público na rua e o romance O Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, de 1895.
Era a mais importante do então bairro da Misericórdia (que compreendia a área entre a Igreja N. Sª de Bom Sucesso e a travessa da Natividade), espraiamento, pela várzea, da cidade transferida em 1567 para o morro do Descanso, depois do Castelo. Foi destruída em 1922 com o arrasamento do morro, nada restando do segundo núcleo de fundação da cidade.
Já existia antes de 1570. A Igreja de N. Sª do Bom Sucesso, padroeira da Sta Casa da Misericórdia, ficava no início dela, no Largo da Misericórdia (onde atualmente se vê o trecho remanescente da Ladeira da Misericórdia). Ainda nos seiscentos passou a ser da Misericórdia apenas, separando-se da Direita.
Nela funcionaram: a primeira Alfândega, o correio primitivo, a Imprensa Régia, a primeira Caixa Econômica, a Casa de Câmara e Cadeia, e o Tribunal da Relação, na época da Inconfidência.