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Miss Travesti Eixo 2 - Breve contexto de repressão a dissidentes de sexo e gênero entre 1955-1963

Breve contexto de repressão a dissidentes de sexo e gênero entre 1955-1963 –

No Rio de Janeiro, desde o início dos anos 1950, o bairro de Copacabana se tornou alvo de várias operações e ações policiais com o objetivo de moralizar e retirar de circulação grupos sociais considerados ‘sujos’ para a imagem do bairro: homossexuais afeminados, travestis, prostitutas, vadios, cafetões, jovens transviados… Em um tempo em que o Rio ainda era a capital do país, o general Kruel e o comissário Padilha criaram (má) fama pela maneira como hostilizaram, agrediram, caçaram e humilharam aqueles grupos. Desde 1958, a Galeria Alaska já era visada nessas operações.
Em Belo Horizonte, eram organizadas operações policiais de mesma natureza em praças públicas centrais da cidade: “sanear” e “limpar” esses locais era a palavra de ordem da Segurança Pública. Cinco praças sofreram frequentemente essas ações – Sete de Setembro, Rio Branco, Rui Barbosa, Raul Soares e Vaz de Melo –, além do Parque Municipal, desde 1957 até o final dos anos 1960. Em nome da “moral e dos bons costumes”, as ações de higienização policial visavam impedir manifestações públicas de comportamentos, atitudes, gestos e palavreados que denotassem fugir de um padrão e normal sociais julgados aceitáveis para a ‘vida em boa sociedade’. Os eventos relacionados às práticas de montação estiveram na mira dessas ações e sempre foram impedidos de serem realizados em Belo Horizonte, pelo menos até 1966.