Agosto Lésbico 2024: a festa da memória, do orgulho e da mobilização sáfica
No ano em que se completou 41 anos do levante do Ferro’s Bar, 28 anos do I SENALE, 65 anos de nascimento de Rosely Roth, assistimos, orgulhosas, a inúmeras atividades pela memória dos ativismos lesbianos em diversas partes do país.
Além de várias sessões de exibição do documentário sobre a Revolta do Ferro’s Bar @filme.ferros.bar (direção coletiva do @cinesapatao, nas pessoas de Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra e Rita Quadros), seguidas de rodas de conversas, tivemos comemorações pelo natalício de Rosely Roth (21 de agosto de 1959), protagonista lésbica do período e um passeio pelos marcos marcos do ativismo lesbiano, em São Paulo, promovido pelo Museu da Diversidade Sexual, MDS.
Tivemos, ainda, a ação de reparação de sua memória, com a afixação da lápide em seu túmulo – atividade organizada pelo coletivo de lésbicas judias de São Paulo.
Cabe destacar, porém, segundo Míriam Martinho, de notória convivência e amizade com Rosely, que “nem Rosely nem a família [dela] eram pessoas religiosas. Rosely era ateia e anarquista.” (MARTINHO, 28 ago 2021). Outra informação interessante é que Rosely, na entrevista ao Pasquim (nº 854, p. 8), é apresentada como “Editora do Chanacomchana”. Ali Rosely fala que tinha uma irmã, igualmente lésbica (idem, p. 9).
É possivel ler suas colaborações para o jornal Mulherio, entre 1986-7. Elas estão disponíveis na Hemeroteca da Biblioteca Nacional.
Para saber sobre outras produções textuais de Rosely Roth, veja a sua biografia no Memória Feminista, de autoria de Emilson Gomes Junior e Schuma Schumaher.
Agora seguimos rumo aos festejos em homenagem ao I Senale (Seminário Nacional de Lésbicas), ocorrido no Rio de Janeiro, em 29 de agosto de 1996, e protagonizado pelas sáficas negras do COLERJ (Coletivo de Lésbicas do RJ), Neusa das Dores Pereira e Elizabeth Calvet, entre elas.
Reunindo aproximadamente cem mulheres e discutindo questões como saúde, visibilidade e estratégias de organização, o evento foi financiado pelo Ministério da Saúde, no contexto do enfrentamento às ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis).
A data entrou para a história como o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, por decisão da plenária do mesmo I Seminário.
Em 2016, seu nome foi alterado para Seminário Nacional das Lésbicas e Bissexuais (SENALESBI).
Em 2023, foi realizado o XI SENALESBI, no Recife, PE, de 27 a 29 de outubro.
Por ocasião dos 25 anos do I SENALE, a campanha Livres & Iguais, da ONU, realizou uma conversa virtual com algumas das ativistas do evento. Assista em: https://youtu.be/gvZw-9Ai_3Q?si=cFrOeQCEsWl2TKNK
Autoria: Rita Colaço-Rodrigues
Revisão: Luiz Morando
Créditos das imagens:
Pasquim, nº 854, 21 nov a 27 nov 1985, p. 10. Acervo Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Disponível em: Link da Referência. Acesso: 29 ago 2024.
Jornal A Cidade de Santos, 28 nov 1984, p. 16 Acervo: Hemeroteca Biblioteca Nacional. Disponível em: Link da Referência. Acesso: 29 ago 2024.
XI Senalesbi: s/informação de autoria. Origem: Link da Referência
Referências:
LEMOS, Ana Carla da Silva. Trajetória do movimento de lésbicas brasileiro: diálogos de saberes, entraves e construção política. XI Colóquio Nacional Representações de Gênero e Sexualidades. Disponível em: Link da Referência. Acesso em: 28 ago. 2024.
MARTINHO, Míriam. Memória lesbiana: Rosely Roth, a amiga do coração! Um Outro Olhar, 28 ago 2021. Disponível em: Link da Referência. Acesso em: 28 ago 2024.
Rolezinho LGBTQIA+. Museu da Diversidade Sexual. Instagram. Link da Referência . Acesso: 29 ago 2024.
ROTH, Rosely. Jornal Mulherio. Hemeroteca da Biblioteca Nacional, 1986-7. Disponível em: Link da Referência.
Recife sediará o 11 Seminário Nacional de Lésbica e mulheres bissexuais. Diário de Pernambuco, 25 out. 2023. Disponível em: Link da Referência. Acesso em: 28 ago. 2024.
SCHUMAHER, Shuma e GOMES JÚNIOR, Edmilson. Liderança do movimento lésbico feminista. Memória Feminista, s/d. Disponível em: Link da Referência. Acesso: 29 ago 2024.
