O crime ocorreu em 10 de março de 1993. Renildo José dos Santos tinha 29 anos.
Renildo foi arrancado de sua casa e seqüestrado por quatro policiais e inimigos políticos. […] Após ser violentamente espancado, teve suas orelhas, nariz e língua decepados, as unhas arrancadas e depois cortados os dedos. Suas pernas foram quebradas. Ele foi castrado e teve o anus empalado. Levou tiros nos dois olhos e ouvidos, e para dificultar o reconhecimento do cadáver, atearam fogo em seu corpo e degolaram-lhe. O corpo foi encontrado no dia 16 de março. A cabeça, separada, foi encontrada boiando num rio. (Íntegra aqui)
– A modo de exemplo, recorde-se que Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella Nardoni, cujo corpo morto foi encontrado em 2008 caído no pátio do condomínio onde moravam, foram sentenciados a “31 (trinta e um) anos, 01 (um) mês e 10 (dez) dias de reclusão para o co-réu Alexandre e 26 (vinte e seis) anos e 08 (oito) meses de reclusão para a co-ré Anna Jatobá.“. A sentença foi anunciada em 27/03/2010. A defesa requereu novo juri. Segundo reportagem publicada em março de 2012, “Três recursos estão sendo analisados pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal.”
Aos Réus no caso Renildo foi concedido o direito de apelar em liberdade. Permaneceram soltos durante o transcurso de todo o processo. (Os reus do caso Isabella Nardoni estão presos desde antes do julgamento. Não tiveram o direito de apelar em liberdade. – Será talvez que para o Judiciário o crime contra Renildo José dos Santos possui gravidade menor?)
“Nunca houve morte tão anunciada e tantas vezes tentada. A decisão de matar José Renildo dos Santos partiu do simples fato de que o poder do acusado, José Renato Oliveira e Silva [já sentenciado como mandante intelectual], não podia ser contestado em Coqueiro Seco por quem quer que fosse. Muito menos pela pessoa da vítima, considerada ‘anormal’ pelo condenado, em virtude da sua orientação sexual ”. (Aqui)
edgar p da costa escreveu:06/10/2011 as 8:27
No caso do assassinato cruel do vereador de Coqueiro Seco, o povo desse municipio achou pouco o que o pai do prefeito atual e até ele mesmo fizeram com o coitado do vereador, na eleição passada e voltaram a elege-lo mais uma vez para o cargo. Achei isso uma insanidade sem tamanho, e falta de respeito a inteligencia de qualquer cidadão sensato.
É por isso que os politicos surrupiam o dinheiro destinado a educação, á saude e outras coisa que todos sabemos, para perpetuar o povo ignorante para votar neles e enriquecerem.
Fernando Murta escreveu:08/10/2011 as 4:05Acompanhei o caso Renildo e, não sei, talvez a última entrevista para TV quem fez com ele tenha sido eu, para a Pajuçara. Foi lá em Coqueiro Seco, na casa humilde em que vivia.O que me causa estranheza até hoje foi o silêncio do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Alagoaas, à época. Renildo era funcionário da ECT e nunca ouvi uma palavra do Sindicato a respeito do caso.Alega-se que ele estava licenciado para exercer o mandato de vereador. Para mim, explica, mas não justifica. Faltou coragem para enfrentar os “poderosos”. Ninguém quis botar o “seu” na reta.
bre as mortes motivadas por orientação sexual e identidade de gênero, atendendo as cobranças das ongs LGBT.
Do total, 56 deles não tinham o estado civil definido. A profissão das vítimas era: 2 cabelereiros; 3 funcionários públicos; 3 autônomos; 2 desempregados; 2 profissionais da área da saúde; 3 arquitetos; 1 vereador; 1 estudante; 1 sargento da PM; 1 empresário; e em 58 não foi identificada. (Travestis prostitutas?)
A faixa etária média das vítimas encontra-se entre os 29 e 40 anos.
As armas de fogo foram empregadas em vinte e sete dos casos. 71 deles ocorreram em vias públicas. Veja mais detalhes aqui.
Dilma Rousseff, ao tomar posse, declarou que seria uma intransigente defensora dos Direitos Humanos e que governaria para todos e todas.
No exterior e perante os organismos internacionais de direitos Humanos, a Presidenta, a Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, a representação diplomática do país, a própria ABGLT, todos se esforçam por passar uma imagem do Brasil como tenaz defensor da dignidade das pessoas LGBTs, contrários à discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. No entanto a realidade interna do país é totalmente diferente. Tanto o Executivo quanto o Legislativo tem se deixado aprisionar pela ideologia e agenda funtamentalista, embora reduzida seja a sua “Frente Parlamentar Evangélica“. Uma bancada parlamentar a mais ausente, inexpressiva e processada.
Paradoxalmente Dilma Rousseff, Lula e o PT entrarão para a História como os presidentes e partido que viabilizaram o golpe branco contra o princípio republicano da laicidade. O Partido que, em 1982 fez constar em seus estatudos o compromisso intransigente com a luta pela dignidade das pessoas LGBT.
No portal da ILGA – Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais – as notícias publicadas sobre o Brasil apenas trazem notícias positivas e que terminam por enaltecer a imagem da ABGLT (publicadas sob a rubrica ILGA/LAC, equipo de comunicación), silenciando sobre o sistemático extermínio que há décadas ocorre no Brasil.
Atualizado em 19/07/2012, 11h16.2ª atualização: 20/07/2012, 00h10. 3a. atualização 22/07/2012, 15h21.