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“Janaína nasceu na cidade de Canidé, interior do Ceará, no dia 30 de Novembro de 1960, foi registrada com o nome de Jaime César Dutra Sampaio, tornou-se Dr. Jaime ao se formar em Direito, na UNIFOR, em 1986.
A tendência a travestilhidade, porém, foi mais forte do que as convenções sociais. Dr. Jaime decidiu suavizar as formas e passou a utilizar hormônios femininos, se assumindo travesti, passando a viver como Janaína Dutra. Foi a primeira, talvez a única vez em toda história do Brasil, que uma travesti conseguiu sua carteira de filiação junto à OAB.
Na medida que foi se transformando, se assumindo como travesti, Janaína foi se especializando em casos na área de Direitos humanos, voltado para a causa homossexual. Em 1989, começou a atuar no movimento de cidadania homossexual, tornou-se militante dos Direitos Humanos dos homossexuais, filiando-se ao Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB), onde galgou diversos postos até chegar à vice-presidência.
Fundou a ATRAC – Associação de Travestis do Ceará, exerceu o cargo de Secretária de Direitos Humanos (suplente) da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros. Foi também presidente da ANTRA – Articulação Nacional de Transgêneros, e membro do Conselho Nacional de Combate à Discriminação.
Janaína era doce como mel e forte como uma rocha, como um bom velho comunista era feita de ferro e de flor. Dura nas suas convicções, no seu ativismo e em sua trajetória política, leve como as flores com sua diversidade de cores e cheiros, seus poemas cultuados e sua maneira doce de ser e viver. Janaína era uma dama – “Dama de espadas” – com muita elegância, ética, dignidade e transparência. Janaína sempre lutou por justiça social, pelos Direitos Humanos, a liberdade e a felicidade, e sempre procurou passar adiante seus ensinamentos, incentivando muitas trans a nunca baixarem a cabeça, e, a lutarem contra o mito das aparências, dos rótulos, das más impressões.
Sinto-me privilegiada por ter sido “uma de suas pupilas”, por ter tido oportunidade de ter estado ao seu lado não só nos momentos de alegria, mas nos momentos de dor. A dor de sua partida. Janaína deixou muitas saudades em nossos corações, mas também deixou um legado de boas obras. O exemplo de luta de Janaína estará permanente em nossa memória. Janaína será sempre lembrada com muito orgulho como “a primeira travesti advogada do Brasil”. JANAÍNA DUTRA imortalizada em nossos corações; Nosso amor por você definitivamente não termina aqui… “