A palavra é: Mojubá (outra vez)

vocabularios.indd

Trazemos outra vez as significações desse vocábulo, agora na forma de citação. Corrigimos as referências à sua origem,  acrescentamos outras acepções localizadas e posicionamos o iorubá no interior da classificação dos grupos linguísticos africanos efetuada por Greenberg e Güthrie (apud Yeda Castro, 2001, p. 27-28).

Esperamos que vocês gostem tanto quanto nós, ao fazê-lo!

Mojubá Um dos nomes de Exu. F. p. [formação da palavra. Prefixo] ior. [iorubá]: ‘móju’* – viver à noite; ‘ba’** – armar emboscadas.” – CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de cultos afro-brasileiros. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense, 1988. p. 175.

Mojubá (termo dicionarizado***) – s. ou Mojubara, nome de Exu, na linguagem religiosa. Do ior. [iorubá] Mojùbàrà.” – CASTRO, Yeda Pessoa de. Camões com dendê: o português do Brasil e os falares afro-brasileiros. Rio de Janeiro: Topbooks, 2022. p. 457.

Mojubá (kwa [‘iorubá, ibô, ijó, fon, ewe, gun, mahi…’, p. 28] (LS [‘língua-de-santo, linguagem religiosa afro-brasileira’, p. 133]) – s. Ver Mojubara.” – CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: ABL/Topbooks, 2001. p. 286.

Mojubara (kwa [‘iorubá, ibô, ijó, fon, ewe, gun, mahi…’, p. 28] (LS [‘língua-de-santo, linguagem religiosa afro-brasileira’, p. 133]) – s. nome de Exu. Var. [variante] Mojubá. Yor. [Iorubá] Mojùbàrà.” –  CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: ABL/Topbooks, 2001. p. 286.

Mo júbà Peço a bênção. Reverencio. Faço reverência”. – NAPOLEÃO, Eduardo. Vocabulário Yorùbá: para entender a linguagem dos orixás. Rio de Janeiro: Pallas, 2010. p. 146.

Mo juba – abençoar. Ex.: Mo ju iba lowo awon iya mi agba: abençoai as minhas grandes mães. [Variação:] Mo ku iba: eu pedi licença a ele”. PORTUGAL, Fernando. Yorubá, a língua dos orixás. 2. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 1985, p. 120.

_____

* “Mojú, mojú [com ponto sob o ‘o’ do segundo ‘mojú’], v. Conhecer, ter familiaridade com alguém (…)”. BENISTE, José. Dicionário Yorubá-português. 4 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019, p. 523.

** “Ba – encontrar; aceitar a pedra” (?). PORTUGAL, Fernando. Yorubá, a língua dos orixás. 2. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 1985, p. 59.

Ba. V. Emboscar-se, esconder-se, agachar-se, ocultar-se (…)”. BENIESTE, José. Dicionário Yorubá-português. 4 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019, p.147.

*** O termo não consta no Dicionário Houaiss (ed. 2001).

Nós nos penitenciamos por termos mencionado, na primeira publicação, feita nas redes da Meta, que o termo era originário do “fon/iorubá”. E, mais uma vez, agradecemos pelo comentário do professor doutor Marco Duarte (@majodu), que nos chamou a atenção para o nosso erro.

Tanto o fon quanto o iorubá, entre várias outras, integram um dos quatro grandes troncos linguísticos africanos, segundo a classificação de Greenberg e Güthrie, citada por Yeda Pessoa de Castro (2001, p. 27-28). São línguas diversas, praticadas por grande variedade de povos, que, por sua vez, professam também grande variedade de religiões.

O tronco a que pertence o iorubá (e o fon e…) é o Congo Cordo Faniano, da região subsaariana.

Ele é composto por duas famílias linguísticas, a Niger-Congo e a Cordofaniano, cada qual com os seus ramos.

O iorubá pertence à família Niger-Congo (que vai do Senegal até o Golfo do Benin, na Nigéria, compreendendo os povos situados no oeste africano, cujas línguas são comumente denominadas sudanesas). Essa família possui seis ramos, um dos quais é o ramo Kwa, que engloba: fon, iorubá, ibô, ijó, exe, gun, mahi, entre outros.

Pesquise por algo no Museu Bajubá

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso, bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.

Pular para o conteúdo