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Miss Travesti Eixo 7 - Concursos de Miss Travesti Minas Gerais em 1967 e 1968, em Belo Horizonte

Concursos de Miss Travesti Minas Gerais em 1967 e 1968, em Belo Horizonte –

Em 1967, foram realizados dois concursos: Glamour Girl e Miss Travesti Minas Gerais. Do primeiro, quase nada é relatado na imprensa: apenas se sabe que a vencedora foi Magali. Do segundo, uma longa reportagem foi divulgada no jornal Última Hora. Vinte candidatas se inscreveram: Diva (Belo Horizonte), Luana (Formiga), Valéria (Governador Valadares), Gisela (Patos de Minas), Marinela (Passos), Doroteia (Juiz de Fora), Marina (Lavras), Paulete (Montes Claros), Luísa Maranhão (Raposos), Serena (Santa Luzia), Milane (Sete Lagoas), Carla (São Lourenço), Twigy (Ubá), Fani (Uberlândia), Veruska (Uberaba), Lady Hilda (Virginópolis), Willoa (Viçosa). A vencedora foi Carla, que recebeu a coroa de Sofia de Carlo. O concurso foi realizado em 8 de dezembro de 1967, no Montanhez Danças.
Além disso, em 1967, ainda foram apresentados três shows na sede do Montanhez Danças, dentre os quais se destacam dois: Bonecas de minissaia, com seis travestis, e São eles ou elas?, com sete travestis. Sofia de Carlo atuou em todos.
Já em 1968, o Glamour Girl foi realizado em janeiro, tendo se inscrito 20 candidatas. A vencedora foi Gièdre, de 17 anos. Em junho de 1968, foi escolhida a Miss Travesti Minas Gerais do ano, tendo sido eleita a representante de Passos. Para 14 de agosto, estava prevista a realização do Miss Brasil Travesti 1968. No entanto, no dia do concurso, o Serviço de Censura da Polícia Federal proibiu sua realização. Nesse momento, o recrudescimento autoritário da ditadura civil-militar brasileira já mostrava suas garras, atingindo a organização do evento. No dia seguinte, Sofia de Carlo foi à sede da Polícia Federal negociar a liberação para autorização do concurso, mas não obteve sucesso. Pela imprensa, ela prometeu uma passeata para reivindicar os direitos do grupo envolvido no evento, tanto organizadores quanto candidatas. O secretário de Segurança Pública, Joaquim Ferreira, assegurou que a polícia receberia os manifestantes com “cassetetes tamanho família”.