O Museu Bajubá é um museu virtual de história da população LGBTI+, focado em seus territórios urbanos. Estrutura-se numa concepção de base interdisciplinar, interligando museologia social, memória, história, pesquisa, direitos humanos, política social, educação, turismo, qualificação profissional, geração de renda. Constitui-se inicialmente em três Giras ou Estações – Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
Está registrado no Museus.br, plataforma do governo federal, sob o número 5.31.01.6927, nº SNIIC: SP-21271. E, em 2022, constituiu-se como pessoa jurídica.
Pajubá ou Bajubá é um substantivo yorubá (nagô) e significa “assunto, segredo, conversa, apresentação entre pessoas” (Fonseca Júnior, 1992, p. 342). Por povo bajubá compreendemos o segmento populacional formado pelas dissidências sexuais e de gênero, bem como a cultura por elas produzida, em todos os seus aspectos. Povo, aqui, é empregado em sua acepção popular, equivalente a malta, bando ou tribo urbana.
Estendendo o nome do socioleto ao próprio segmento, expressamos nossa perspectiva política de valorização da cultura dessa comunidade. Por outro lado, fugimos à instabilidade da sigla e homenageamos o Acervo Bajubá, talvez o maior repositório privado de itens do patrimônio cultural LGBTI+.
Por território entendemos, conforme o sentido consagrado pela geografia, o espaço apropriado, individual ou coletivamente, a partir de relações de poder, ligado, portanto, à subjetividade daqueles que o conquistaram (Silva, 2011).
FONSECA JÚNIOR, Eduardo. Dicionário Yorubá (Nagô) Português. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.
SILVA, J. C. (2011). O conceito de território na geografia e a territorialidade da prostituição. In RIBEIRO, M. A. & OLIVEIRA, R. S. Território, sexo e prazer: olhares sobre o fenômeno da prostituição na geografia brasileira (pp.19-41). Rio de Janeiro: Gramma.
O Museu Bajubá tem a sua origem nos Roteiros pelos Territórios de Resistência e Memória LGBT do Rio de Janeiro, inaugurados em 2012 e divulgados através do blog Memórias e Histórias das Homossexualidades. A sua concepção principia a ser divulgada em 17 de julho de 2018, no Seminário Museu Queer, promovido pelo Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, em parceria com o Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP) e em 29 de junho de 2019, na ALMS Conference, em Berlim.
A primeira tentativa foi através do projeto do Núcleo de Referência, Memória e Pesquisa LGBT (RefmemoLGBT), de 2019, em parceria com o pesquisador Luiz Morando. Então como mapeamento, o projeto foi depois reformulado.
Em junho de 2020, a partir de conversas com o museólogo Lenon Braga e com o professor de museologia da UniRio, doutor Bruno Brulon e algumas leituras sugeridas, foi ficando nítida a perspectiva da museologia social como instrumental capaz de atingir os objetivos pretendidos, com fundamento, entre outros, nos artigos 1º, 2º, 7º e 8º, da Lei n. 4.904/2009. A partir daí seguiram-se leituras e diálogos profícuos, tendo-se ampliado a proposta, para incluir a musealização dos roteiros e itinerários das cidades de Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo.
Com o apoio técnico do grupo de Museologia Experimental e Imagem (MEI) da UniRio, nas pessoas do professor doutor Bruno Brulon e da acadêmica de museologia Thalyta Souza, elaborou-se o seu Plano Museológico, com validade de dois anos.
O Museu Bajubá foi certificado como Ponto de Memória em 2023 e concorreu, e foi agraciado, nesse mesmo ano, com o Prêmio Pontos de Memória (Edição Helena Quadros), com a ação de museologia social sobre a importância do Cabaré Casanova – aprofundamento da pesquisa, comunicação e luta pela sua preservação e devolução (patrimônio público municipal, encontra-se invadido desde 2015, a despeito de todas as reiteradas denúncias. Invadido e em continuada deterioração, com infiltrações graves).
Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso, bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.