10 de janeiro de 1916

Clóvis Bornay

(10/01/1916 – 09/10/2005)

Rev. Manchete, fev 1957 - Acervo Museu Bajubá - Fausto
Ele completaria 106 anos de idade este ano. Um grande inovador do carnaval carioca, autor da ideia do Baile de Gala no Teatro Municipal/RJ com concurso de fantasias de luxo, em 1937, e da figura dos destaques nos desfiles das escolas de samba. Hors concours nos concursos de fantasias, fazia delas uma forma de divulgação do conhecimento histórico, encantando gerações. Bornay contagiava pela exuberância e alegria. Foi compositor e intérprete, atuou nos filmes Independência ou morte (72) e Terra em Transe (67), foi jurado de programas de TV e guardião da renovação do manto de Nossa Senhora da Glória, na igreja do Outeiro, no bairro do mesmo nome.

Museólogo no Museu Histórico Nacional por anos a fio, sempre se mostrou cioso do dever de se conservar o patrimônio.

Recebeu o título de Cidadão Honorário da cidade de Louisiana (EUA) em 1964, foi condecorado com a Medalha de Ouro D. Pedro II do Teatro Municipal e Medalha Tiradentes pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, esta em 1996.

Rev. Manchete, 1970 - Acervo Biblioteca Nacional

No entanto, a cidade com a qual tanto contribuiu para a sua cultura e o seu turismo, não tem demonstrado nenhum respeito, seja pela sua memória, seja pelo seu acervo, depositado no Museu Histórico da Cidade. Sem jamais haver lhe dedicado qualquer exposição, também não cumpre com o seu dever de preservar o acervo de suas fantasias que detém.

Em 2015, a imprensa noticiou o estado calamitoso das peças – das 21, apenas três foram restauradas para a exposição comemorativa dos cem anos do seu nascimento, no Museu da República.

Em janeiro de 2016, perguntamos à Prefeitura do RJ (RIO-11605688-2) e em 17/12/2021 reiteramos (RIO-24146203-8):

– Qual o estado real das fantasias de Clóvis Bornay em poder do Museu da Cidade?

A gestão que criou dois museus (MAR e do Amanhã, com enorme investimento no segundo e privilegiando talento estrangeiro em detrimento do nacional), negligencia o seu dever legal de preservação do patrimônio da população LGBTI+.

Rev. Manchete, 24-03-84, Acervo Museu Bajubá - Homenagem à Nijinski, hors concours
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