Travou contato comigo um jovem que está a me encantar. O nome dele é Felipe Areda. Ele é antropólogo, de Brasília, graduado na UnB e tem se dedicado a estudar a diversidade sexual e de gênero e colabora com o Núcleo de Estudos da Diversidade Sexual e de Gênero da Universidade de Brasília. Me contactou a partir da leitura deste blog.
Ele tem vivo interesse pela obra de Darcy Penteado. Leu aqui a postagem em que falo desse artista, escritor e ativista: Darcy Penteado – Mais um dos militantes desconhecidos?, de 13/03/2010.
Felipe teve a ventura de recentemente adquirir um nanquim original dele, feito 1980 para ilustração do livro “Eu sou uma lésbica” da Cassandra Rios.
Ele recorda que “no número zero do Lampião há um artigo do Darcy falando da produção de arte homoerótica no Brasil e apontando seu pionerismo”. “Ele afirma inaugurar a arte homoerótica no Brasil em 1949”.
Felipe se preocupa com a preservação e divulgação da obra de Darcy Penteado:
Gostaria muito que houvesse algum projeto de catalogação da obra do Darcy, tal como hoje é empreendido pelo Projeto Leonilson. Sonho que possamos um dia consolidar no Brasil um museu de arte especializado, tal como o próprio Darcy sonhava. Um abraço, Felipe
Eu também, Felipe, eu também. E não somente de Darcy, mas de todos os artistas LGBTTs. E também que reconhecessem as suas produções.
Por exemplo. Aqui no Rio de Janeiro, a pessoa que teve a ideia original de construir o Parque do Flamengo, que nós chamamos simplesmente de “Aterro”, que convidou diversos artistas para trabalhar com ela (arquitetos, paisagistas, pedagoga etc.), que dedicou-se a essa obra integralmente e sem receber qualquer remuneração, não tem o seu nome reconhecido no local.
Seu nome é Lota Macedo Soares, arquiteta autodidata, lésbica que viveu longa relação com a poeta Elisabeth Bishop. Mas o nome oficial do Parque é Brigadeiro Eduardo Gomes. – Qual a relação?
Mas eu começo a acreditar que isso possa vir a acontecer, sim, quando vejo jovens com preocupações como essa manifesta por você.