I Congresso Latino-americano de Arquivos Trans

Um acontecimento histórico: nos dias 4 e 5 de setembro vindouro se realizará o I Congresso Latino-americano de Arquivos Trans. Em modo virtual, contará com doze painelistas de treze países. Com 411 pessoas inscritas, terá transmissão trilíngue (espanhol, português e inglês).

 

Nos próximos dias 4 e 5 de setembro, e em cinco fusos horários distintos, acontecerá o Primeiro Congresso Latino-americano de Arquivos Trans, reunindo integrantes de arquivos de treze países da região. Desde quem apenas se inicia até aqueles já mais estruturados, todos se reunirão, de modo virtual, para compartilhar experiências, dúvidas, propostas, bem como divulgar técnicas de diferentes especialidades. As sessões serão transmitidas ao vivo pelos canais do YouTube de ambas as instituições organizadoras – Archivo de La Memória Trans (Argentina) e o Museu Bajubá (Brasil). O I Congresso conta, ainda, com a colaboração de Polifonía e Pony Club, de Colômbia.

As organizadoras buscam, através desse compartilhamento de experiências de apropriação dos registros de suas memórias e das técnicas da arquivística, fomentar o empoderamento da grande quantidade de arquivos trans da América Latina. Pois não é fácil, para nenhuma dessas instituições e coletivos, tomar a si semelhante tarefa – porque não dispõem de equipes e conhecimentos técnicos profissionais da arquivística, da conservação e restauro. Surgidas do inconformismo diante de descaso das instituições oficiais de arquivo e museologia, não contam também com fontes de financiamento.

O Archivo de La Memória Trans da Argentina é pioneiro. Nas palavras de sua Coordenadora, María Belén, “poder constituir um acervo sobre a população trans é o primeiro passo para a recuperação de nossa memória histórica e, através dela, conquistar a devida reparação sócio-histórica.” Por sua vez, Rita Colaço-Rodrigues, do Museu Bajubá, pioneiro enquanto museu virtual de história LGBTI+, complementa: “com isso também promovemos a boa autoestima, a educação para a paz e o respeito à diversidade”.

O trabalho realizado pelo Archivo de la Memória Trans Argentina vem atuando como importante catalizador desse desejo de memória e reparação que se tem verificado no interior da população trans. E nessa tarefa, que é, antes de tudo, política –  de luta contra o apagamento, contra a visibilização no registro negativo -, Belén ressalta que é importante se apropriar tanto das técnicas como dos termos correspondentes: Nós não “acumulamos fotografias e cartões postais”, mas construímos um acervo; nós não “limpamos papéis”, mas os restauramos e os conservamos; nós não “juntamos recordações”, mas construímos fundos documentais.

Para Rita Colaço-Rodrigues, “através de nossos acervos, nossos arquivos e museus, renovamos e aprofundamos o nosso compromisso com a efetividade de nossa cidadania cultural – nosso direito à nossa própria história e memória, aos signos de nossa identidade. E, por meio deles, lutamos pela construção de um mundo onde o respeito e a fraternidade falem mais alto do que o ódio, a violência e a discriminação.”

 

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