Hoje tive o prazer de participar do lançamento do dossiê Diversidades e(m) arquivos, da revista Acervo, do Arquivo Nacional.
Muito importante uma instituição como o Arquivo Nacional, com a legitimidade e a posição que ocupa no cenário nacional, tematizar a questão das diversidades nos arquivos em nosso país.
Sinto-me honrada com o convite para participar do dossiê, reconhecimento do meu trabalho, daqui deste blog, denunciando a política de destruição de fontes arquivísticas, notadamente fontes processuais.
A mesa de lançamento foi composta pelos doutores Diego Barbosa da Silva e Leonardo Augusto Silva Fontes, ambos do Arquivo Nacional, organizadores do dossiê; Thiago Mourelle (AN), editor-científico da revista; Raquel Fabio, supervisora de editoração e programação visual do AN, como mediadora. E como autores de artigos na revista, os doutores Anderson José Machado de Oliveira, da UNIRIO, autor do artigo “As habilitações sacerdotais e os padres de cor na América portuguesa, potencialidades de um corpus documental”; a autora deste blog, com o artigo “A destruição de documentos como objetivo estratégico e indicador de desempenho, o caso do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro (TJRJ)”; Taiguara Villela/UFES, assinando o artigo “Diversidade na instituição arquivística: práticas com públicos especiais no arquivo público do estado do Espírito Santo”.
Ao final, em conversas com os organizadores, não pude deixar de insistir numa proposta que venho tentando há anos: – A constituição de um Fundo Arquivístico sobre pessoas LGBTQI+. Poder-se-ia lançar uma campanha para doação dos acervos pessoais ao Arquivo Nacional, como, nos anos de 1980 fez a Fundação RioArte de Cultura, da Prefeitura do Rio de Janeiro, com vistas à constituição do fundo arquivístico sobre a imprensa alternativa.
Penso que todos nós, LGBTQI+, ativistas e pesquisadorxs, temos interesse para que uma tal proposta se concretize. O Arquivo Nacional é uma instituição que, pela sua história, possui total legitimidade institucional e técnica para tanto.
Oxalá os anjos, os orixás e todos os deuses digam amém! E o que resta dessa história possa ser preservado e tornado acessível universalmente, como prevê a Constituição da República.
Vocês podem acessar a íntegra do lançamento, com todas as falas, aqui
O texto do meu artigo, aqui
Os textos do dossiê e de todos os demais números já publicados pela revista, aqui.