Daniel Fraga

Daniel Fraga

Casamentos dissidentes: Dorival Rocha Reples e Idalina Aversani – 1929 – EP.1

Venha acompanhar conosco a série Casamentos dissidentes! Hoje você conhecerá um pouco da história de Dorival Rocha Reples e Idalina Aversani, entre 1929 e 1931. Em 5 de maio de 2011, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres. Assim, foi reconhecida a união civil entre pessoas LGBT como núcleo familiar. Passados quatorze anos e alguns outros avanços jurídicos para a população LGBT, entre os quais a conversão da união civil em casamento civil, o Museu Bajubá inicia hoje uma série de dez relatos de casamento civil ou de contrato de compromisso entre pessoas LGBT registrados pela imprensa brasileira desde a década de 1920. São relatos envolventes, que demonstram com muita humanidade o desejo de formalizar relações pessoais e garantir alguns direitos como pessoas comuns.

A ARTE DE RE-SENTIR – MARLENE WAYAR ENTREVISTA CLAUDIA RODRIGUEZ

Para encerrar a série Memórias das Violências de Estado, trazemos A Arte de re-sentir, uma conversa entre as travestis Marlene Wayar, argentina, e Cláudia Rodriguez, chilena, traduzida por Caia Maria Coelho. Conforme Caia, é uma conversa que traz “a possibilidade de desafiar os paradigmas convencionais dos Direitos Humanos, de tensionar a literatura sobre o ressentimento e, sobretudo, de acessar uma leitura da violência antitrans como uma prática sistemática, que revela a permanente crise da democracia na experiência das travestis e pessoas trans.”

Mundanas, pederastas e travestis – força de trabalho gratuita para a polícia

Quem pesquisa sobre as populações consideradas marginais, e mais especificamente aquelas consideradas dissidentes de sexo e gênero, conhece uma realidade de autoritarismo em diversos níveis voltada contra elas. Os discursos e as ações produzidos contra essa população têm uma voltagem alta no que toca ao desrespeito, à desumanização, à violência, à discriminação. Seja no campo policial, jornalístico, jurídico, judicial, moral, religioso, o posicionamento dessas “autoridades” é acompanhado de atitudes de exposição pública à humilhação, ao vexame, à intolerância, ao isolamento, aos sofrimentos físico e psicológico.

Para lembrar Cazuza

Hoje, lembramos o nascimento de Cazuza, que foi um artista bissexual - cantor, compositor, letrista e poeta, que ficou famoso primeiro como vocalista da banda Barão Vermelho nos anos finais da ditadura militar e depois seguiu carreira solo. Nos anos 1980 e em 1990 a trajetória de Cazuza foi permeada por sua grandiosa interpretação musical e poesia, mas também por seu adoecimento pela AIDS, contra a qual ele lutou com alguns dos melhores recursos disponíveis à época. Infelizmente, as complicações decorrentes da doença o vitimaram em julho de 1990.

Um casamento gay há 73 anos, na Lapa, RJ

Na segunda-feira 24 de março de 1952, um dos maiores jornais do país expunha as imagens, os nomes, locais de trabalho e endereços residenciais de 31 homens, todos maiores. Eles foram levados para a Delegacia de Costumes e Diversões pelo comissário Deraldo Padilha, o terror de viados, bonecas, travestis e prostitutas e casais de namorados. Motivo? Estavam, no interior da residência de quatro deles, celebrando o casamento de dois amigos. Luiz Morando localizou este registro. Puxa uma cadeira, pega um café ou uma cerveja e vem conhecer esse babado em detalhes.

A palavra é: Mojubá (republicando; corrigido e ampliado)

Trazemos outra vez as significações desse vocábulo, agora na forma de citação. Corrigimos as referências à sua origem, acrescentamos outras acepções localizadas e posicionamos o iorubá no interior da classificação dos grupos linguísticos africanos efetuada por Greenberg e Güthrie (apud Yeda Castro, 2001, p. 27-28). Esperamos que vocês gostem tanto quanto nós, ao fazê-lo!

A palavra é: Aquendar/acuendar

É dos termos africanos polissêmicos por excelência, o que nos permite ter noção (pequena que seja) da riqueza desses idiomas. No Aurélia, Angelo Vip e Fred Libi (s/d. [2006?], p. 20) registram: “Chamar para prestar atenção; prestar atenção; 2. Fazer alguma função; 3. Pegar; roubar. Forma imperativa e sincopada do verbo kuein!”.

Para lembrar Evandro de Castro Lima (1920-1985)

A presença bajubá no carnaval é antiga, constituindo-se em um marco interpretativo na história de nossa população. Inúmeras vezes, foram a relativa “licença” fornecida pelos dias de Carnaval e os espaços de liberdade dele decorrentes que nos permitiram em outros tempos manifestar identificações, afetos subalternizados e o potencial criador de integrantes da nossa população. Nesse sentido, tivemos e ainda temos carnavalescos cuirs que entraram para a história dessa festa. Em janeiro, escrevi sobre Clóvis Bornay; agora, fecho este carnaval escrevendo sobre Evandro de Castro Lima.

A palavra é: Maria Padilha

Nos cultos de umbanda, ela é tida como a mais popular das pombagiras e a mais forte/poderosa. Como toda pombagira, representa um feminino belo, luxuriante, manipulador. Há quem lhe diga negra, princesa africana; há quem lhe diga branca e princesa; há quem lhe diga professora; e há, também, quem lhe diga ter poderes de realeza, sendo a mãe de Pombagira e a mulher de Lúcifer, comandando uma falange de Exus (Meyer, 1993, p. 110-115). Olga Gudolle Cacciatore (1988, p. 171) registra que, na quimbanda (umbanda que pratica “magia negra”, segundo a mesma, p. 219), Maria Padilha pertence à “falange da Linha dos Cemitérios” (sic).
Pesquise por algo no Museu Bajubá

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso, bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.

Ir para o conteúdo